terça-feira, 24 de abril de 2012

ENTRE TI E MIM - BIDI - 09-04-12

ENTRE TI E MIM - BIDI - 09.04.2012 - AutresDimensions

É a você que pertence criar as circunstâncias pré-requisitos ao Absoluto. Isso é, em parte, o que eu falei: a investigação sobre tudo o que você não é, porque isso é efêmero. Isso consiste em eliminar tudo o que constitui a sua vida e este mundo. Não para dele fugir, eu insisto. Mas, sim, para refutá-lo enquanto suposição inválida (e invalidada) pela própria lógica, além de todo mental."

***


Bem, BIDI está de volta entre vocês.
Eu me alegro de reencontrá-los para os nossos ‘entre ti e mim’.
Então, em um primeiro tempo, nós iremos, se vocês bem o quiserem, continuar a examinar, a pesar e a avaliar as suas questões, nas mesmas circunstâncias e condições de ontem.
Eu peço, então, a sua escuta e o fato de ouvir e de deixar chegar o que vem a vocês, sem interferir de qualquer maneira, sem se opor.
Simplesmente, acolhendo como eu os acolho.
Nós podemos examinar a primeira questão.


***


Pergunta: quando viemos a esta Dimensão, estrutura perfeita e Ilimitada, como foi possível chegarmos tão baixo, nesta Dimensão, em Vibração e em Consciência? Por quê?

Esse mecanismo é denominado a queda.
Esta queda está ligada a um ponto de vista, cada vez mais estreito e limitado, engajando, de algum modo, a Consciência em sua própria limitação (em uma autolimitação) que vai, progressivamente (em tempos extremamente longos) levá-lo a se isolar e a se separar cada vez mais.
Isso foi descrito em vários textos muito antigos, falando de eras e de épocas sucedendo-se e levando, progressivamente, a Consciência a descer, de alguma forma, nas profundezas do esquecimento.
Mas isso tem apenas um tempo.
A partir do momento em que mesmo o mental é capaz de se olhar, com toda honestidade, com toda lucidez, e de maneira lógica, ele chega, efetivamente, a considerar isso como um processo absurdo, pecaminoso.
A problemática sendo não tentar responder esse tipo de questão porque, é claro, ela vai levá-los, não somente a constatar o estado da Consciência, mas, muito mais, a descobrir as causas.
Ora, eu os lembro, o Absoluto não tem causa.
Querer buscar uma causa (uma explicação) irá remetê-lo, sistematicamente, a esta causalidade e, portanto, a esta Dualidade.
Coloque-se a questão de porque há esta pergunta.
Há necessidade de explicar ou de lamentar?
O que é este afastamento do que você É, que permite interrogar-se sobre o que você considera como triste ou como anormal?
Não considere o que é anormal, mas veja apenas o que é normal.
Do mesmo modo que a Dualidade consiste em ver o bem e o mal, a Unidade consiste apenas em ver a Unidade e em não se deixar seduzir, de qualquer maneira e de modo algum, a dissertar, a fazer-se perguntas sobre o bem e o mal, porque a equação do bem e do mal, pela própria natureza, é insolúvel.
Quaisquer que sejam os aspectos importantes, levados por uma vida em meio ao serviço, à dedicação, quaisquer que sejam as concepções filosóficas, ou mesmo espirituais (referentes ao bem e ao mal), elas jamais terão uma solução porque a solução não é deste mundo.
Porque a solução não está na Dualidade, e solução alguma pode existir enquanto houver antagonismo.
Eu falei, ontem, sobre as duas extremidades de um limite.
Não é porque vocês chegam a uma extremidade de um limite que vocês conhecem o conjunto dos limites, a outra extremidade, mas, sobretudo, que vocês estão aptos a superar este limite.
É preciso, literalmente, extrair-se desta noção de causalidade.
Esta causalidade permite explicar este mundo, e somente este mundo.
A causalidade permite exprimir as leis de ação / reação, as leis da Alma, mas, jamais, a lei do Absoluto.
 Porque o Absoluto conhece apenas uma única lei que é aquela da Unidade Abandonada em si, ou seja, o próprio princípio da Unidade.
O fator causal, qualquer que seja (em sua vida, na história da vida sobre este planeta) remete necessariamente, aí também, a um início e a um fim.
A causalidade, nela mesma, não pode, portanto, estar inscrita em meio ao Absoluto e não pode extrair, até mesmo, a sua lógica a partir do Absoluto.
A causalidade (ação / reação, início e fim) inscreve-se em uma história e não na Verdade.
Porque toda história está inscrita em um tempo linear, em meio a alguns limites que são, também, os seus, mas que não correspondem à Verdade.
A história é, de algum modo, o esqueleto do que resta da vida.
As carnes partiram.
Resta alguma coisa que ficou incrustada.
Resta alguma coisa que não participa da Vida.
Hoje, é pedido a você para ser a Vida.
O Apelo da Luz faz ressoar, em você, não mais a causalidade, mas, sim, a sede de Absoluto.
Mesmo se essas palavras lhe são desconhecidas, mesmo se elas lhe pareçam fora de toda causalidade, e, portanto, de toda possibilidade, não é menos real que isso seja a única e exclusiva Verdade.
Colocar-se como Absoluto (ousar se colocar assim) vai pôr fim, de maneira extremamente rápida (pela própria investigação sobre o que é o Si, sobre o que é o ego e, portanto, sobre o que não é o Absoluto), vai levá-los às portas do que o ego chama de ‘nada’ e, portanto, a experimentar e a viver a experiência que é Absoluta.
Certamente, em alguns momentos-chave, foi oportuno que déssemos a vocês (ou que lhes foi dado já que eu ali não participava) uma série de elementos referentes à história.
Simplesmente para mostrar-lhes e demonstrar-lhes a que ponto a história pode ser deformada, arranjada, desviada e ser agenciada de tal maneira que ela irá desviá-los, sempre, da Verdade.
Porque elas os levam (essas histórias) a crer em histórias e não em vocês.
O ser humano tem necessidade de histórias enquanto ele inscreve sua consciência em meio à causalidade.
Assim que ele inscreve sua consciência em meio a esferas do Absoluto (e mesmo em meio ao Si), a história não tem mais sentido.
Ela não tem mais trâmite.
Ela não tem mais lógica e ela não tem mais justificação.
A história é apenas o álibi que é fornecido à vida que recusa se conhecer.
A história é apenas um expediente de ocasião querendo dar, ao mental, a certeza de que ele pode explicar sua presença por um passado.
Ora, nenhum presente é explicável pelo passado.
Tudo o que crê ser explicado, por uma consequência de um passado, inscreve-os, ainda mais, em uma ilusão.
Obviamente, aqueles que tendem a querer que a história se repita e que não chegam ao fim da história, vão criar, de algum modo, cerimônias, comemorações, motivos de aniversários, que vão, portanto, manter, de algum modo, o peso do passado em seu próprio presente.
Vocês, aliás, não fazem melhor quando vocês festejam um novo ano, um aniversário ou uma festa (qualquer que seja), com data marcada.
 Porque, naquele momento, vocês irão comemorar o passado.
Vocês fazem viver e reviver o passado no seu presente onde nada há a fazer.
Porque, enquanto o presente (que vocês vivem) for colorido de algum passado, vocês não podem pretender a Unidade, vocês não podem pretender o Absoluto e não podem viver este Absoluto.
É preciso então, efetivamente, descondicionar, tirar o pó, eliminar, refutar tudo o que não é do Instante.
O Absoluto apenas está presente no Instante.
A única maneira de encontrá-lo (a única maneira de manifestá-lo) é viver, na totalidade, o Instante.
Não há passado.
Não há futuro.
Há apenas o Instante onde floresce o Absoluto.
Apenas parando o tempo, de algum modo (o seu tempo linear), é que vocês podem, real e concretamente, tocar o Absoluto e vivê-lo.
Qualquer que seja o elemento que vocês tenham vivenciado, independentemente do afeto implicado no seu presente, vão não são isso.
Enquanto vocês derem crédito a isso, vocês não podem viver o Absoluto.
Façam a experiência.
Mais uma vez, não creiam em mim.
Experimentem e vejam, por si mesmos, se esta lógica se aplica na vida.
Saiam, portanto, da história.
Saiam, portanto, de toda história porque vocês não são uma história, quaisquer histórias.
Manter a história, manter uma lenda pessoal, afasta-os, de maneira importante, do Absoluto e da Verdade.
Tudo o que os faz reviver (em pensamentos, em emoções, em ritos, em rituais, em comemorações, em datas) não tem qualquer sentido para o Absoluto.
Cabe a vocês ver.
Coloque-se, simplesmente, a única e exclusiva questão que vale a pena: O que eu Sou?
E, quando você ver, por si mesmo, que você não pode definir o “o que eu Sou” ou o “Eu sou”, você irá abandonar o “Eu sou” para não ser.
Seja o que for que diga o ego.
Porque esta abordagem do Absoluto é uma lógica implacável.
Esta investigação (se ela for concluída) irá levá-los, como a Vibração, além de toda manifestação, além do ser e do não ser, a estabelecerem-se, em um primeiro momento, em meio ao não ser no qual existe o Ser e que confere (digamos) o Absoluto.
Vocês devem estar, de algum modo, plenos.
Plenos, não de interrogações, mas plenos de certeza do Absoluto, não enquanto crença, mas enquanto refutação do que é relativo, refutação do que é efêmero, refutação do que é limitado.
A cada minuto da sua vida, retenham bem que isso não é uma despersonalização ou uma retirada da vida, mas, muito mais, uma transcendência da personalidade que os faz penetrar na Vida.
Não aquela que os seus olhos lhes mostram.
Não aquela que as suas palavras lhes definem.
Não aquela que vocês podem tocar, mas, aquela que vocês são, além de todo sentido.
É preciso, portanto, desviar-se da causalidade.
Desviar-se da causalidade (dito de outra forma) pode ser, portanto, não julgar, mesmo o princípio da queda, mesmo a causalidade que criou esta consciência limitada.
O não julgamento é o fato de não possuir um olhar separado e dividido.
Não há melhor maneira de viver o Absoluto.
Eu os lembro de que, no Absoluto, não pode existir qualquer limite, qualquer separação, qualquer consciência senão aquela que vocês são (reunindo todas as outras Consciências), resultando, de maneira inevitável, na Consciência que não é a inconsciência.
Saiam, portanto (e saia, portanto), da causalidade.
A causalidade corresponde ao corpo.
Corresponde às leis da alma.
Este corpo tem fome: é preciso alimentá-lo.
A alma tem sede de experiências: é preciso fornecer-lhe experiências.
A alma ama amar, no sentido da posse, no sentido da experimentação, na matriz (tal como vocês a nomeiam).
A alma está, portanto, inscrita da causalidade.
Vocês não são a causalidade.
Vocês não são, portanto, nem este corpo, nem esta alma, nem esta mente, nem esta vida, nem este passado.
Vocês são a Vida.
Se vocês posicionam o seu olhar desta maneira, vocês irão constatar que não se trata, absolutamente, de uma negação da vida, mas, muito mais, de uma entrada na Vida e que, extremamente muito depressa, os processos em andamento, atualmente, serão os seus.
Não há outra solução.
Não há alternativa.
Não há outra possibilidade que aquela de ser Absoluto ou refutar o Absoluto (do ponto de vista do ego ou do ponto de vista do Si).
Reflitam, simplesmente (se tanto é que vocês possam defini-lo): o que existe em meio à personalidade, o que existe em meio à alma, como objetivo?
Examinem este objetivo e compreendam, em um segundo, que não pode existir objetivo futuro.
Porque todo futuro afasta-os, ainda uma vez, da sua Presença e do Absoluto.
Evidentemente, a lei de ação / reação vai tudo fazer para mantê-los em suas redes.
Ela lhes dá a compreender (e a apreender-se) as leis: aquelas da encarnação, aquelas do karma, aquelas da astrologia, aquelas da energia.
Ela vai lhes dar uma série de explicações, diretamente conectadas à causalidade, e tudo funciona assim neste mundo.
Mas eu terminarei dizendo-lhe que você é além da causalidade.
O que você quer ser?
O que você quer manifestar?
Isso que você É, em Verdade, ou a causalidade na qual você está interessado?
Cabe a você ver.

***


Pergunta: por que este mundo da Dualidade foi criado? Será porque, no mundo do Absoluto, do Ilimitado, existe tédio?

Eu lhe responderia que aquele que formula esta questão chateia-se realmente.
A Felicidade, o Êxtase e a Íntase do Absoluto não pode, em caso algum, ser um tédio.
O único tédio é aqui.
Tudo chateia vocês: as necessidades fisiológicas, a necessidade de ganhar sua vida, a necessidade de manter e de carregar sua Consciência, permanentemente, em um corpo, nas relações, passando por ferramentas incompletas chamadas de linguagem.
Por outro lado, o mundo do Absoluto não pode existir.
O Absoluto não é um mundo.
Ele não é um universo, nem mesmo um multiverso.
Ele está além de tudo o que foi criado.
Ele é o suporte de toda criação.
Não é o tédio que causou o que quer que seja.
O Absoluto não pode, em caso algum, ser um tédio de qualquer tipo já que com algumas palavras podemos defini-lo como: Ilimitado, perfeito, pleno, vazio, Eterno, Deleite, Êxtase e Íntase, sem tempo e sem espaço.
No que o tédio poderia nascer disso?
Não mais do que uma necessidade de experimentar.
Porque quem diz experiência, em meio ao limitado, introduz, sistematicamente, uma noção de evolução ou de involução e, portanto, um próprio princípio de causalidade.
Enquanto vocês pensarem assim, efetivamente, o mundo do Absoluto pode parecer-lhes tedioso.
A experiência, na realidade, é apenas a busca do Absoluto.
Como o que é Absoluto poderia limitar-se, ele mesmo, para, depois, reivindicar o Absoluto?
Especialmente porque a perfeição é inicial e não final.
Que interesse haveria, para o Absoluto, tornar-se relativo?
Então, é claro, do ponto de vista do relativo, é muito sedutor falar de experiência (de conhecer si mesmo através do observador, através da existência de um sujeito e de um objeto), mas isso é uma visão fragmentária.
O Absoluto, estando fora do tempo, fora de toda linearidade, muito simplesmente, para ele, o mundo não existe.
Muito simplesmente, para ele, o limitado não tem qualquer substância.
O tédio é, antes, ter o conjunto de suas ocupações, mesmo observando a beleza, porque observar a beleza irá obrigá-los, na linearidade, um dia ou outro, um momento ou outro, ocuparem-se, ainda que somente das suas necessidades fisiológicas.
A menos que vocês entrem em Samadhi (como alguns seres o fizeram), a menos que vocês entrem no Absoluto mantendo uma forma, eu não vejo por qual razão haveria tédio algum.
Eu posso garantir-lhes que são vocês que são o tédio.
Qualquer que seja o seu entusiasmo, quaisquer que sejam as suas capacidades para Alegria, quaisquer que sejam as suas instalações em meio ao Samadhi, isso não é o Absoluto.
Há apenas a saída do tempo linear do espaço, do espaço-tempo (não como uma negação, mas, sim, como uma aceitação lógica), há apenas, naquele momento, que vocês superam e transcendem o tédio deste mundo.
O Absoluto não é um mundo.
Eu diria que é a Transcendência do mundo e, portanto, mesmo se os mundos pareçam existir no interior do Absoluto (presença do relativo em meio ao Absoluto), isso é apenas uma visão (ainda uma vez) separada e limitada.
O Absoluto não tem necessidade de qualquer experiência, de qualquer memória.
Ele é, por toda Eternidade, perfeição e beleza, bastando-se a Ele mesmo, sem qualquer projeção, sem qualquer experiência.
A experiência (sobre este mundo como em outros mundos) não é, no final, senão um afastamento (Vibratório, espacial e temporal) fazendo-os crer em tudo o que vocês podem crer (ou ousar crer).
Mas o conjunto dessas crenças apenas representa, em última análise, uma falta de Luz, uma falta de Amor.
O ser humano passa o seu tempo projetando o amor e ele diz que ele ama.
Mas vocês não podem Amar e vocês não podem dizê-lo porque a sua natureza (e a sua Essência) é Amor.
E vocês não podem conhecer o que vocês são, do ponto de vista limitado.
Vocês apenas podem projetar (sobre a tela da consciência) um objeto.
Tornar-se a testemunha (ou o observador) do que vocês projetaram (de uma obra criada, de um trabalho criado, de um estudo realizado, de uma relação de casal, de uma relação de mãe e filho), mas vocês não podem conhecer o que vocês São.
Vocês apenas podem exteriorizar, neste mundo, uma ação e uma reação, e tentar (em meio a esta ação e esta reação) encontrar, de algum modo, um fio condutor que não existe entre o limitado e o Ilimitado.
O único tédio é ser relativo.
 Ser Absoluto não se acompanha de tédio algum.
Somente a consciência do ego formula esta questão porque o ego está inscrito em uma realidade dita tridimensional e, portanto, em um espaço-tempo determinado, dando a impressão de que há experiências a realizar, uma avidez (avidez que permitiria tocar o Ilimitado) do que, evidentemente, jamais pode chegar.
Nenhuma experiência deste mundo, nenhum trabalho deste mundo, nenhuma evolução ilusória deste mundo, irá levá-los a viver o Absoluto.
Apenas quando vocês renunciam, apenas quando vocês abandonam o próprio Si, é que o Absoluto se revela e se torna o que vocês São.
Lembrem-se: não existe qualquer solução de continuidade.
O Absoluto é uma revolução, não somente uma mudança de ponto de vista (como eu disse ontem), mas, muito mais, uma revolução onde vocês são obrigados a fazer cessar (de uma maneira ou de outra), sem negá-las, o conjunto das manifestações de causalidade, cuja primeira dessas causalidades é este corpo.
Vocês estão neste corpo, mas, em caso algum, vocês são este corpo, mesmo ele sendo um Templo.
Certamente, é preciso nutrir o Templo, mantê-lo.
E aí começa o tédio, mesmo se vocês gostam de lavá-lo.
Porque, evidentemente, há uma reprodução.
Então, é claro, há consciências que gostam da reprodução porque isso dá uma certeza de refazer os mesmos gestos, de reproduzir os mesmos atos: comer a tal hora, deitar-se a tal hora, levantar-se a tal hora (exceto no fim de semana).
Tudo isso os leva, inevitavelmente, a uma rotina onde nada é novo.
Se vocês olharem bem, tudo é antigo, tudo é banal.
Só o mundo é belo porque ele manifesta (nisso que ele lhes mostra) os ciclos, as estações.
O Sol se levanta, sempre, no mesmo lugar.
Ele irá se pôr, no final do dia, no mesmo lugar.
Isso é uma certeza (pelo menos até certo ponto) e vocês a viveram até agora.
O tédio está aqui.
Certamente, não no Absoluto.
E não existe mundo do Absoluto.

***


Pergunta: as resistências para viver o Absoluto sempre foram muito fortes quando a escolha primeira foi a de viver no Absoluto, aqui, sobre a Terra. Por quê?

Você não pode viver o Absoluto.
Você apenas pode viver a Vida.
O Absoluto está além de qualquer vida.
Foi proposto viver o Absoluto em meio a um relativo denominado esta forma, este corpo e esta vida, porque as circunstâncias (os ciclos deste mundo) alcançam um patamar, uma Transcendência, aí também.
Quando o efêmero desta vida desaparecer (já que está inscrito entre o nascimento e a morte), o que subsistir, naquele momento, permanece confinado.
Com outras regras, outras leis, mas, é ainda um confinamento.
Hoje é diferente.
Há, portanto, uma maior facilidade de extrair-se, de algum modo, de um ponto de vista dual.
O que foi aberto, ao nível da Luz (o Despertar do Si, a realização do Si), não foi certamente um erro, mas, sim, uma etapa essencial para o Absoluto.
Naturalmente, sempre é possível crer (e esperar) que o Si vai se tornar o Absoluto.
O Si não pode, em caso algum, tornar-se o Absoluto.
Porque o Si é pôr fim à separação do ego e inscrever a Consciência e a Vida no não separatismo, no não distanciamento.
Há, realmente, possibilidade de Comunhão, de reunião, mas não de dissolução.
O Absoluto propicia viver todas as vidas de todos os mundos.
O acesso ao Absoluto, ou, de preferência, o Despertar ao Absoluto (que sempre esteve aí), tornou-se muito mais fácil, hoje, pelo desaparecimento do que foi chamado, eu creio, de ‘franjas de interferências do astral’ que lhes ocultava, literalmente, a Verdade.
Apreendam-se bem de que não é questão de viver o Absoluto, mas de ser o Absoluto.
Ser o Absoluto está além de todo estado de ser.
É, também, poder se colocar em não importa qual ponto de vista desta forma ocupada que é o corpo, como em qualquer outro corpo.
É, portanto, a Liberdade, a verdadeira.
Não aquela de pensar, na prisão, como se pode sair da prisão.
Não aquela de elaborar hipóteses ou justificativas pelo fato de estar na vida, porque tudo isso gira em círculo.
Não existe saída.
O ego e a noção de evolução vão fazê-los crer (e fazê-los aderir) ao fato de que será melhor amanhã.
Mas absolutamente nada de melhor é possível amanhã.
Aliás, não existe amanhã, nem ontem.
Enquanto vocês considerarem que existe um amanhã, enquanto vocês considerarem que existe um ontem, o Absoluto não pode bater à sua porta.
Eu falo aí, é claro, do que vocês denominariam as Leis do Espírito, porque nada impede o corpo de estar inscrito em um programa, e este programa desenrola-se, tranquilamente, sem nada fazer no sentido de um acercamento da Consciência, enquanto fazendo perfeitamente o que é para fazer.
É uma mudança de olhar, é uma mudança de ponto de vista.
É uma mudança, interior, de posicionamento onde, justamente, vocês saem de toda posição.
Onde vocês não adotam mais uma posição, mas, sim, alguma coisa além de toda coisa, no Amor que vocês São e na Luz que vocês São, sem ter necessidade de projetar qualquer amor, qualquer luz.
Lembrem-se: vocês são Amor Luz.
Vocês não são o amor que vocês projetam.
Vocês não são a luz que vocês podem ver.
Porque, em última análise, o ar não pode ver o ar e a água não pode ver a água.
Vocês estão exatamente na mesma situação: vocês não podem ver o que vocês São.
Vocês não podem ver o que vocês não são e, portanto, refutar tudo o que vocês veem em meio ao que vocês não são.
E, aí, vocês terão a surpresa de constatar que não existe mais freio ao Absoluto e que o sinalizador (ou o marcador) do Absoluto, a Onda da Vida, irá assaltar esse Templo Ilusório (que é o corpo), seus corpos inferiores, propiciando viver a Onda, do Interior, e não mais do exterior, em um corpo.
Vocês estão, eu diria (se o podemos dizer), em plena fase de verificação, de validação do Absoluto.
Ninguém lhes pede para crer no inacreditável.
Ninguém lhes pede para aderir ao que vocês não podem aderir.
Há apenas vocês que podem dar testemunho a si mesmos, além de testemunha do objeto, além do observador e do observado, e além de toda projeção em não importa qual palavra.

***


Pergunta: qual é a crença que me freia para abandonar-me ao Absoluto?

A mais irresistível das crenças: você mesmo.
Enquanto você acreditar na menor partícula deste corpo, enquanto você acreditar no menor elemento da história, você está inscrito no efêmero.
Nenhum efêmero irá permitir-lhe aceder ao Absoluto.
Naturalmente, existem condições anteriores, ligadas à própria estrutura da vida neste mundo, inscritas, é claro, na personalidade (no ego) e, também, no Si.
Sem entrar nos detalhes demasiadamente complexos, o que freia é a negação do Absoluto porque o ego sempre tem, por objetivo (por função), para apreender algo que lhe é desconhecido, torná-lo dele, descritivamente, em uma vivência, em uma experiência.
Querer apreender-se, querer conhecê-lo, é impossível.
A maior das resistências situa-se, é claro, nesse nível e em nenhum outro lugar.
A crença em si mesmo é o freio o mais potente.
Mas você não é, tampouco, esse freio.
Aliás, quem freia, a não ser o que você mesmo construiu, o que você mesmo imaginou?
Eu queria dizer-lhe que nada mais é preciso imaginar, em qualquer futuro e em qualquer passado, para viver o Absoluto e, portanto, ser o Absoluto.
A crença no fato de viver o Absoluto leva ao Ser Absoluto.
Há, de algum modo, um sinal portador (marcador ou testemunha) da instauração de alguma coisa desconhecida: é a Onda da Vida e a Transcendência dos centros de energias inferiores.
Mas não deem, tampouco, peso a tudo isso porque, se vocês ali atribuírem mais peso do que o necessário, isso vai também se cristalizar.
Isso irá também limitá-los e contribuir para manter os limites do confinamento.
A melhor atitude, naturalmente, é a espontaneidade da criança.
É aquele que está totalmente imerso na experiência.
Sem julgamento, sem ponto de referência, sem projeção.
Enquanto existir um julgamento, uma referência, uma projeção, você não é a criança.
E, portanto, o Absoluto não pode vir bater ao que você É.
É a você que pertence criar as circunstâncias pré-requisitos ao Absoluto.
Isso é, em parte, o que eu falei: a investigação sobre tudo o que você não é, porque isso é efêmero.
Isso consiste em eliminar tudo o que constitui a sua vida e este mundo.
Não para dele fugir, eu insisto.
Mas, sim, para refutá-lo enquanto suposição inválida (e invalidada) pela própria lógica, além de todo mental.
O sono, a investigação, a compreensão do que representa a testemunha, o testemunho, o sujeito, o objeto, o experimentador e o que é experimentado, inscrevem-se, no final, em uma futilidade.
Aceitar esta futilidade é já um grande passo.
Não de vocês, mas do Absoluto para vocês.

***


Pergunta: alguma coisa se instala em mim que eu não conheço, e eu me sinto estranha, ou mesmo alheia. Eu vivo ao mesmo tempo a consciência do nada e uma plenitude. Eu me sinto levada pela vida e eu deixo acontecer. Há como um esvaecimento de mim mesma e uma distância em relação a este mundo. Eu não tenho medo, nem palavras, nem expectativa. Poderia esclarecer-me sobre o que eu não vejo em mim?

Aceite que quanto menos você vir em você, mais você será o Absoluto.
O que não pode ser percebido, o que é, portanto, imperceptível, o que não pode ser colocado em palavras, nem mesmo em Vibração, esta estranheza, como você a denomina, é a morte do ego.
É preciso esvaziar, é preciso deixar-se limpar e lavar.
Esta fase é mais ou menos longa.
Ela pede, como você disse, certa forma de neutralidade.
A Casa está limpa, você pode, portanto, Desposar a sua Cópia.
Esse Casamento, que é uma aproximação, pode desenrolar-se em um tempo, ilusório, mas que é vivenciado como tal.
É o estado onde nada mais há a observar, onde nada é observável, onde nada é visto, onde nada é percebido.
Isso poderia parecer vazio, mas não é o vazio.
É muito exatamente, quando isso der a impressão de durar, a preparação, de algum modo, às suas próprias Núpcias e, portanto, ao Absoluto.
Se eu puder exprimi-lo assim, aproveite-se disso, porque se aproveitar disso é nada fazer, nada temer, o que põe fim a toda dúvida, a toda espera e, também, a toda impaciência.
Neste estado de vacuidade (que alguns movimentos buscaram, que algumas filosofias buscaram) instala-se o Absoluto.
Você, portanto, apreendeu-se, aceitou, que nada há a buscar, nada a encontrar.
Esse ‘nada’, que não é um, é irremediavelmente o fim do ego.
A jarra está pronta para ser cheia.
O Esposo e a Esposa têm-se à porta, ele jamais partiu.
Aproveite-se, se eu posso assim me exprimir, desta vacuidade que é, de algum modo, uma antecâmara do Absoluto.
Porque, se você estiver vazio de si mesmo, você pode, então, ficar pleno do que você É.
Esvaziar-se de si mesmo é, muito exatamente, o que foi nomeado o Abandono do Si.
É transcender o “eu sou”, é o momento em que a consciência constata que nada há a observar, que nada é observável, e que o próprio fato de observar é um incômodo.
Há, portanto, mecanismo de Núpcias Místicas em progressão.
Aceitar e viver não mais estar cheio de pensamentos (ou seja, de Ilusão), não mais estar cheio de esperança (que é uma projeção no futuro), instala-o, de alguma forma, em um estado além da esperança, que poderia ser nomeado a Esperança, mas que é, antes de tudo, plenitude.
São, de algum modo, os últimos jogos da Ilusão.
O que permite apreender-se de que nada pode estar vazio, e de que nada pode estar cheio, e de que isso não se situa entre os dois.
Esta fase não pode ser denominada um estado porque, justamente, nenhum estado está instalado.
A vacuidade é a plenitude, a plenitude é vacuidade.
Essas duas palavras, além de todo significado, são aquelas que melhor representam esta fase anterior ao Último.
Sobretudo, nada faça, sobretudo, nada empreenda.
Isso dito, não o impede de fazer o que é para fazer, na vida deste corpo, das suas obrigações.
Mas simplesmente não se envolva, faça o melhor que você puder.
O que você vive não é uma espera, o que você vive não é um vazio ou um pleno, são os dois.
É nesta fase que a Onda da Vida pode criar a sua Verdade, porque você É a Onda da Vida.
 Há, portanto, um processo de desidentificação, uma morte, no plano simbólico, de tudo o que não é Verdadeiro.
É esta fase que você vive.
Sobretudo, nada julgue.
Contente-se, ainda por pouco tempo, de ser aquele que observa o que vive isso.
Muito em breve, você irá além disso.
Esse “muito em breve” não está inscrito em uma linearidade, temporal, nem em outro espaço, mas, sim, em uma forma de acuidade de si mesmo.
Algumas experiências intermediárias são possíveis, neste estado, nesta fase, vindo, digamos, confortá-la no fato de que você não seja este corpo, e ainda menos esta pessoa.
Então, aproveite e desfrute desta fase, porque ela é prelúdio ao Casamento Místico.
Deixe acontecer, totalmente.

***


Pergunta: o Absoluto está além, portanto, das hierarquias de Dimensões (5ª, 11ª, 18ª, etc.), isso seria como o retorno para A FONTE? Portanto, se vamos para o Absoluto, qual é o interesse da 5ª Dimensão?

Você pressupõe, injustamente, que o Absoluto seja comparável à FONTE.
A FONTE, por esta própria palavra, significa para você uma origem e um fim.
O Absoluto está além da origem e do fim.
A Dimensão, qualquer que seja o número, é apenas uma representação, uma gama de Vibrações, uma gama de exploração da consciência.
O Absoluto e A FONTE lembram-se de você, mas lembre-se, você, de que você é totalmente livre de se estabelecer onde bem lhe parecer.
Simplesmente, deve ser-lhe lembrado da existência d’A FONTE, pela experiência d’A FONTE, pelo acesso ao Absoluto.
Se você for o Absoluto, você tem toda possibilidade e Liberdade para ali permanecer, ou para manifestar-se em qualquer Dimensão que seja.
Se sua gama de frequências, sua gama de vida, a partitura que você toca, estiver incompleta, permitindo-lhe, entretanto, ver a completitude que existe no Absoluto, você é livre de crer que existem experiências a fazer em outros mundos, em outras Dimensões, em outros estados.
Isso faz parte da sua liberdade, mas eu o admito a você, isso não tem estritamente qualquer interesse do ponto de vista do Absoluto.
Então, o que o impede de ser o Absoluto, já que, evidentemente, há um impedimento?
O impedimento está diretamente ligado à dúvida e ao medo.
Você não pode conhecer o Absoluto do ponto de vista em que você está.
O ponto de vista em que você está deve desaparecer, ele deve aniquilar-se.
Lembre-se de que não é possível imaginar qualquer continuidade entre o conhecido e o Desconhecido.
Você não pode permanecer no conhecido e viver o Desconhecido.
É preciso deixar o Desconhecido penetrá-lo e você irá se aperceber, em seguida, de que o limitado ainda está presente.
 Mas, antes, isso é apenas uma suposição, isso é apenas uma crença, porque você não o vivenciou.
Simplesmente, várias estruturas disseram a vocês que lhes será feito segundo a sua Vibração, se vocês preferirem, segundo a sua partitura.
A partitura que você toca é devedora de um instrumento, e não de outro instrumento.
Você quer ser tal instrumento, ou você que ser, no mesmo tempo, no mesmo espaço, e em todas as Dimensões, o conjunto dos instrumentos?
Pondo fim a toda barreira, a todo limite?
Nenhuma experiência jamais será útil ao Absoluto, mas ela permanece e é útil àquele que toca sua própria partitura, Ilusória ou religada.
O Absoluto é a Liberdade total, mas a Liberdade dá medo porque a Liberdade é, justamente, o que é Desconhecido.
Enquanto você reivindicar a Liberdade em meio a qualquer confinamento, você mente a você mesmo.
E enquanto houver mentira, a Verdade não pode existir.
Você não pode, portanto, pretender supor, ou imaginar, que o Absoluto seja A FONTE.
O Absoluto é A FONTE, mas é muito mais do que A FONTE.
Porque o Absoluto não tem qualquer origem, nem fim, nem localização.
A Vibração, a Consciência é Vibração, isso lhes foi dito.
Permitindo viver, conscientizar, as rodas de energia (as lâmpadas), o despertar da Kundalini, e mesmo a percepção da Onda de Vida.
Mas enquanto você perceber, você não é o que é percebido.
O Absoluto é a instalação em meio ao percebido, e não à percepção.
É o momento em que não há qualquer distância, qualquer suposição sobre o Absoluto porque o limitado, o ego como o Si, apenas pode representar a Verdade.
Mas toda representação jamais será senão um espetáculo, uma projeção, uma ilusão a mais, mais ou menos palpável, mais ou menos aproximativo.
Dando um sentimento mais ou menos real, mas isso não é o Absoluto.
Independentemente da testemunha e do marcador do Absoluto, ou seja, a Onda da Vida, e seus efeitos sobre o êxtase ou a íntase, há também outro marcador que, ele, situa-se na Consciência que culmina na não Consciência.
É, justamente, o momento em que não há mais questão.
Porque a própria questão é concebida como ilusória, bem como a minha resposta.
Enquanto vocês pronunciarem palavras e eu pronunciar palavras, há Ilusão.
Mas essas Ilusões serão, no final, menos tenazes do que aquelas que estavam aí antes dos nossos ‘entre ti e mim’ (neologismo a partir da palavra ‘entretien’).
Isso não é um jogo improdutivo, mas, sim, uma prática, no sentido o mais nobre.
Esta prática, podendo ser julgada pelo ego como intelectual, vai levá-los, no seu ritmo, a realizar o estado que foi descrito na pergunta anterior.
Nada suponha do Absoluto, porque tudo o que você supor poderá apenas ser estabelecido através da sua experiência e do seu conhecido.
Nada projete sobre o Absoluto, porque projetar o que quer que seja é já se afastar.
O Absoluto não pode ser conhecido, ele não pode ser formulado, ele não pode ser Vibrado, ele não pode ser colocado em palavras.
Por outro lado, é possível utilizar Vibração e palavras para apreender-se do que ele não é.
Naquele momento, há uma espécie de reaproximação que ocorre, é esta fase final.
Nada supor é também nada fazer, nada empreender.
Porque tudo o que for feito, ou empreendido, irá distanciá-los do Absoluto que, eu os lembro, está sempre aí.
Se houver resistências ou freios, olhem-nos, e isso é tudo: deixem-nos passar, nada façam.
Naturalmente, vocês sempre podem facilitar as condições iniciais (digamos), por tudo o que lhes é agradável.
Mas não se percam no que é agradável, não façam disso um objetivo.
Praticar um yoga simplesmente para estar bem, jamais irá levá-los ao Absoluto.
Mas estejam conscientes de que estar bem lhes permite instalar-se em uma receptividade, se o podemos dizer, maior.
Não façam das palavras, tampouco, uma finalidade.
Não façam das Vibrações, tampouco, uma finalidade, mas sim, de preferência, meios e ferramentas para aproximá-los do que vocês não conhecem e que, no entanto, é sua natureza.
Isso exige da parte de vocês, e isso exige da sua parte, uma honestidade, uma integridade, uma Humildade, uma Simplicidade, isso vocês sabem, mas, sobretudo, uma Transparência, porque não pode ali haver transcendência sem Transparência.
A Transparência é criada por KI-RIS-TI, pela Cópia, pela União Mística.
Um opaco, resistente: o corpo, a identidade, o ego, o Si, encontra a Transparência pelo Fogo.
Deste encontro resulta a Transparência.
A Transparência é nada parar, nada reter do que possa passar (que isso seja um pensamento, que isso seja uma emoção, que isso seja um sintoma do corpo, que isso seja uma relação): nada estanquem, permaneçam fluidos.
Observem, se vocês quiserem, mas vocês não são a emoção, vocês não são o pensamento, vocês não são a relação, vocês não são o corpo.
Deixem acontecer.
É o que eu posso dizer a você.
Sem nada rejeitar: não é porque você rejeita um pensamento que ele vai desaparecer.
Por outro lado, se você olhá-lo passar, sem ali se apegar, ele irá desaparecer, essa é toda a diferença.

***


Pergunta: a partir do momento em que eu aceito que eu não sou tudo o que eu conhecia do meu eu e do Si, de qual abertura, além da minha consciência atual, eu preciso (à parte de deixar agir a Onda da Vida e o Manto Azul da Graça) para bascular no Absoluto (além do “eu sou”)?

Nada mais, e uma única coisa em relação ao que você disse: aceitar que você nada É de tudo o que você conhece, é uma primeira etapa.
Mas, você pensou em refutá-lo?
Não é porque você apenas diz: “eu não sou este corpo”, que você vive o Absoluto.
Refutar o “eu não sou este corpo” está além da aceitação.
Isso não é um trocadilho, é uma realidade da consciência.
A consciência que o leva, digamos, a deixar exprimir-se e imprimir-se o Absoluto, é uma refutação de tudo o que você conhece e não, simplesmente, aceitar a negação do que você conhece.
No ato de aceitação do que você não É não há refutação, há, portanto, ainda uma distância.
A refutação, por outro lado, do que você não é, está além da aceitação.
A refutação é um ato ativo, a aceitação é um ato que eu poderia qualificar de passivo.
Há, portanto, uma fase prévia ativa, esta fase é conduzida pela própria consciência, do ego ou do Si.
A refutação é, então, uma dinâmica.
Como eu disse, é uma investigação.
Esta investigação não é um jogo do mental, mas, sim, um exercício (eu não gosto dessa palavra) espiritual.
A partir do momento em que a investigação é realizada, ela resulta em quê?
Em uma identificação.
A desidentificação pela refutação vai, então, levá-lo, sem esforço, sem nada fazer, a ser Absoluto.
A espontaneidade acompanha a Transparência.
A espontaneidade é a ausência de reflexão, o que não quer dizer fazer não importa o quê, mas fazer, ou ser, o que é independente de toda referência a um passado e, portanto, a uma experiência passada.
É o Caminho do Coração.
Porque o Coração jamais engana, contrariamente ao mental.
Eu não falo da intuição, porque a intuição sempre faz referência ao que é bom ou mau, para você.
Nós somos além disso, do que é bom e do que é mau.
O bom e o mau, para você, esta intuição e este discernimento, de que gargarejam os seres ditos espirituais, é uma Ilusão a mais.
A espontaneidade resulta da Transparência.
Há então, naquele momento, de algum modo, uma espécie de perfuração do Coração, de trás para frente, da frente para trás.
O fato de ser perfurado põe em ressonância, muito além do que é percebido no corpo, a Transparência e a espontaneidade.
Desviando, literalmente, a experiência passada e, portanto, o mental.
Isso se chama também a Doação de Si, ou o Abandono do Si.
Isso será, eu creio, objeto de um desenvolvimento por uma Consciência, digamos, mais qualificada do que eu (ndr: ver a intervenção de ANAEL de 09 de abril) (*).
Aí também, nada há a fazer, mas, sim, deixar acontecer.
Mesmo se houver um lado ativo na refutação, depois, convém deixar acontecer.
Porque você nada pode fazer, nada pode empreender, para conhecer o que lhe é Desconhecido.
Você pode apenas passar de um lado ao outro, mas essa passagem não é ilustrada por algo que lhe permitiria passar: é, portanto, uma transcendência, e não uma transformação.
Há então, efetivamente, esta investigação a realizar.
Uma vez realizada a investigação, deixem ser, e deixem acontecer.
A investigação resulta, sistematicamente, no que poderia ser nomeado um paradoxo, entre o ‘nada’ e a plenitude.
Em uma interrogação que eu qualificaria de última, interrogação final pondo fim a toda interrogação e a toda questão.
É naquele momento que é realizada a absurdidade total do ego e do Si, não antes.

***


Pergunta: eu gostaria de estabilizar o estado de não observação mais do que um instante tão pequeno. Como?

Simplesmente cessando de querer observar, de maneira incessante, cada coisa.
Fixe-se no próprio mecanismo da observação, e não no que é observado.
Quem é que observa?
Onde está o observador?
São os seus olhos que veem?
É esta reflexão?
Onde está situado o observador?
É passar da perspectiva do que é observado a uma outra perspectiva.
Enquanto há observação, do que quer que seja ou de quem quer que seja, o tempo passa.
E, então, há um chamado, através da sua pergunta, para querer paralisar o que não é paralisável: o tempo passa.
É, portanto, para você, por meio desta questão de “quem observa?” (e não: o que é observado?) que irá nascer a imobilidade.
Porque você vai buscar o observador e você vai se aperceber de que não há mais observador senão coisas observadas.
E de que o observador é apenas uma projeção, de outra coisa, que está por trás do observador.
Naquele momento, você poderá bascular.
Não antes.
O Si é a observação a mais perfeita da Luz, onde mecanismos de Consciência e de Vibrações estão presentes, contribuindo para estabelecer a Alegria, contribuindo para estabelecer uma satisfação.
Permitindo crer que há uma busca a ser efetuada, cumprida e concretizada.
É preciso superar isso e ir além disso.
A melhor maneira, efetivamente, é nada fazer, deixar acontecer.
E sair, até mesmo, da dinâmica aparente da observação, do que é observado, do próprio observador.
Porque, quem está por trás de tudo disso?
Ou melhor: o que é que está por trás de tudo isso?
Enquanto você observa, você não é o observador.
Enquanto você for o observador, você não é o que está por trás do observador.
Investigar sobre isso é uma prática, essencial.
Desta investigação, realizada honestamente, irá resultar a fase final, irá resultar, também, a Onda da Vida e a permeabilidade das rodas (dos chakras) à Onda da Vida.
Não se ocupe da Onda da Vida, você não pode nem comandá-la, nem controlá-la, nem dirigi-la.
Você vai, portanto, observá-la.
E você vai se colocar, então, do ponto de vista do observador, que vai se perguntar: está certo, está errado?
Enquanto você fizer esse jogo, o Êxtase não pode nascer.
Chega um momento em que você se apreende de que você não pode influir, de modo algum, na Onda da Vida, mas você sempre é o observador.
Coloque-se, então, a questão de “o que é observado?”, de “quem é o observador?” e você irá se tornar a Onda da Vida.
Deixando nascer, então, o Êxtase, marcador indizível do Absoluto.
O que é para estabilizar é o que já está estabilizado e que jamais se moveu, jamais desapareceu.
É, muito exatamente, o Absoluto: aí, onde não há mais observador, aí, onde não há mais observado, e aí, onde não há mais, tampouco, o que existe por trás do observador.
Porque o Absoluto é, ao mesmo tempo, o observado, o observador, e o que está por trás do observador.
Aí também, não há mais distância, nem diferença.

***


Nós não temos mais perguntas, nós lhe agradecemos.

***


Então, eu proponho que nós coloquemos, de maneira temporária, um fim aos nossos ‘entre ti e mim’.
Eu deixarei o mais qualificado do que eu exprimir o que representam esta Doação de Si e este Abandono do Si.
Eu irei intervir em outro momento, no seu caminho para esta realização.
Resta a vocês lerem o que eu disse.
Não façam disso uma palavra de certeza ou de evangelho.
Tentem ver o que é justo, o que não é justo.
Não em um aspecto discriminante, mas, do mesmo modo que eu o expressei, em forma de investigação.
Eu darei as instruções, dentro de poucos dias, que irão nos permitir concluir este ‘entre ti e mim’ a fim de ir ao Princípio e à própria Essência do que foi dito.
Ou seja, ir além do diálogo, ir além do ‘diabole’ e além do simbolismo, para, de algum modo, reunir os três elementos na mesma indizível Verdade do Absoluto.
Eu rendo Graças pela sua escuta.
E eu lhes rendo Graças por terem suportado, e levado, as palavras que eu tinha para dar a vocês.
Já que é preciso nomear-me, BIDI saúda vocês e lhes diz, no seu tempo, até breve.



************


NDR: em sua intervenção de 29 de março de 2012, BIDI apresenta suas modalidades de intervenção. A escuta desta intervenção, em áudio, está em preparação.

***


(*) – ARCANJO ANAEL (09.04.2012)

***


Mensagem do Venerável BIDI no site francês:
09 de abril de 2012
(Publicado em 09 de abril de 2012)

***


Tradução para o português: Zulma Peixinho

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